eu carrego dores imensas
que jamais me libertarão
e felicidades moribundas
a poucos palmos do chão
e mesmo assim, elevo-me
e do píncaro dos lamentos
donde se partem as almas
desmanteladas aos ventos
pra depois achar sentidos
eu vou largando palavras
é que de amores j á enchi
vários potes de universos
juntados da batalha cruel
entre meus males e o mel
em desordenada harmonia
não há qualquer falsidade
só as gestações de versos
que, pra calçar, rebentam
algumas verdades meias
nos pés doutra realidade
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 21/12/23 --