Comigo dez é dez, vinte é vinte !
E considero um acinte
O que fazes, cara Rima !
Tu não te importas com as sílabas
E só valorizas o som
E digo-te em alto e bom tom
Já sabendo que vou te magoar
Que a beleza de um poema
Reside nos versos metrificar
Metrica, Metrica !
Que beleza é esta tão rígida
Áspera, cruel e tão fria
Que não permite o improviso
De uma silaba a menos ou mais
Por que condenar um terceto
Muita vez todo o soneto
Por conta de teu gênio irascível
Cruel e nada sensível
Incapaz de uma virgula acrescentar
Sê cordata e aceita o poeta
Que estes versos escreveu
Versos nos quais não estás presente
Mas nos quais, presente estou eu !