O Poeta das Transmutações

Devaneios

Queria ser um farol para que ninguém se perdesse na escuridão do mar. Queria poder para transformar realidades cruéis em doces lembranças. Ah! Se pudesse ser Deus por alguns instantes... O que faria? Talvez me perdesse de vez. A tarefa exigiria um amor do tamanho do Universo. Uma compaixão que ocupasse todos os espaços preenchidos e vazios. Demandaria tanta bondade, de modo que, em qualquer parte, ela pudesse ser facilmente percebida e jamais questionada, sem atribuições descabidas das responsabilidades imputadas ao Pai Celestial pelas misérias e catástrofes feitas por todos nós — praticantes ou omissos. Ele jamais concederia tamanha supremacia a um simples mortal. Fácil saber a razão, não? A ira humana poderia consumir até os inocentes.

 

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