TENHO PÉS PEQUENOS E PASSOS LARGOS.
OS DEDOS DE MINHAS MÃOS SÃO FINOS E COMPRIDOS
E ESTÃO,
QUASE SEMPRE,
EM BUSCA DO INFINITO.
MINHA BOCA GUARDA SEEGREDOS, DESEJOS E ÂNSEIOS,
QUE VEZ POR OUTRA, DÃO VOLTAS EM MEU ESTÔMAGO.
AH, O MEU ESTÔMAGO...
PRIMO-IRMÃO DO MEU INTESTINO DE DESCAMINHOS.
MEU PROBLEMA? DIGESTÃO!
COMO DE TUDO E NADA...
AVEIA, AMEIXA, MAMÃO, HORAS SENTADA
O PENSAMENTO VAGUEIA...
ALIÁS, OS MEUS PENSAMENTOS SÃO UM CASO À PARTE,
CHEIOS DE PECADOS,
OS SETE,
QUASE NUNCA CONCRETIZADOS.
PERMEIAM DÚVIDAS, INCERTEZAS DÚBIAS,
RAZÕES E ARREPENDIMENTOS
QUASE TODOS MOVIDOS PELOS MEUS SENTIMENTOS.
ALIÁS, CANSEI DE PROCURAR QUEM OS COMPREENDA,
SE NEM MESMO EU OS ENTENDO.
MAS VOLTEMOS AO MEU CORPO:
SORRISO LARGO, SEIOS PEQUENOS, MEU DESGOSTO.
TANTAS COISAS A RECLAMAR.
MAS MEUS CABELOS, ESSES, EU APRENDI A AMAR!
CRESPOS E REVOLTOS É ASSIM QUE OS QUERO
REPRESENTAM A MINHA LIBERDADE,
A MAIS VIRGEM DAS VAIDADES.
TENHO BRAÇOS QUE ABRAÇAM COM SAUDADE,
OLHOS, QUE POR MAIS QUE EU TENTE, TRAEM AS MINHAS VERDADES.
PELE QUE ESQUENTA O SEXO AO TOQUE DA PESSOA AMADA,
JOELHOS PROBLEMÁTICOS, COSTAS CANSADAS.
SOBRE MEUS OMBROS O PESO QUE A VIDA ME DELEGA.
NO CORAÇÃO, O AMOR DE MÃE, O PEITO APERTA.
ANATOMIA TORTA
REMOTA AOS GENES DO PASSADO QUE CARREGO,
REFLEXO NO ESPELHO ONDE ENCARO
O DESTINO INCERTO,
AO QUAL ME APEGO.