Era eu um símbolo que
fazia rodopios diante
da memória:
sem atrações,
sem bandas.
Era um subúrbio de
solidão,
onde o feérico
eram as lágrimas
iluminadas por postes
enviezados.
Foi um tempo sem nome,
que ninguém alcança.
Foi uma época de renome
onde se perde até o
simples sonho de amar.
Foi um tempo assim,
lá atrás, onde dormem
os esquecidos.
Foi desta época que
guardo coisas
que nunca se vão:
o pão ardido da manhã,
as vielas apaziguadas de sereno,
as ruas vazias de mulheres,
as cores cinzentas
que remexiam as casas
num tom úmido e disperso.
Foi ali que me tornei
homem de quatro
espadas,
cavaleiro sem reino,
homem avulso,
sem amor,
devedor,
dono de causas perdidas.
Tudo muito esquecido, tudo muito eu.