Pela estrada da Raposo,
Vou seguindo minha viagem.
Tenho minha liberdade,
Mas também muita saudade.
Senta a pua na brejeira,
Jamanta de transporte, muito guerreira.
Velho cargueiro amigo, hoje um pouco dolorido,
De tanto rodar por esse sertão sofrido.
Pisa fundo, seu Zé, que a carga tem horário.
Abram alas, minha gente, e segurem o rosário.
Rezem por esse brasileiro que, assim como muitos,
Dá o suor pelo desejado dinheiro.
Aguenta firme, seu Zé, só falta mais um pouco.
E vê se para no posto pra descansar,
Pelo menos um pouco.
Sei que a saudade lá de casa é grande,
Mas se não descansar, a mágoa será gigante.
Por favor, São Cristóvão, ilumine o motorista
Que vai rodando pela pista,
Tenha piedade do pobre brasileiro
Que, pelo pão de cada dia, arrisca a vida na boleia de seu velho guerreiro.