Kauan Munhoz

Guerreiro Estradeiro

Pela estrada da Raposo,

Vou seguindo minha viagem.

Tenho minha liberdade,

Mas também muita saudade.

 

Senta a pua na brejeira,

Jamanta de transporte, muito guerreira.

Velho cargueiro amigo, hoje um pouco dolorido,

De tanto rodar por esse sertão sofrido.

 

Pisa fundo, seu Zé, que a carga tem horário.

Abram alas, minha gente, e segurem o rosário.

Rezem por esse brasileiro que, assim como muitos,

Dá o suor pelo desejado dinheiro.

 

Aguenta firme, seu Zé, só falta mais um pouco.

E vê se para no posto pra descansar,

Pelo menos um pouco.

Sei que a saudade lá de casa é grande,

Mas se não descansar, a mágoa será gigante.

 

Por favor, São Cristóvão, ilumine o motorista

Que vai rodando pela pista,

Tenha piedade do pobre brasileiro

Que, pelo pão de cada dia, arrisca a vida na boleia de seu velho guerreiro.