Vlad Paganini

BRISA

BRISA

 

Brisa já se faz tarde

A noite a escancarar meus sonhos

Da noite e do dia

Entardeço e serei o meu ser

Serei sempre assim

A espera da brisa da noite e do amar

Tarde entardecida vestida em teu corpo sabor de terra

Cheirando a café

Perfumando meu mar

 

Brisa em meu rosto o inverno e o verão

Ah tua presença, quimera

Em meu outono em brisa

Em redemoinhos de ventos trazer a tua primavera

 

Brisa o teu odor o teu calor

Na bainha dos meus momentos

Sou passado e me revelo presente

Me transformando em cachoeiras

Som das palavras, ritmo de canções

Riachos e aguardentes

 

Brisa da noite que me alcança

Repleta de ânsias e arrepios

Me encharco todo dia e toda noite na poesia

E entre meus dedos 

Pulsa amor e ardor em calafrios

Aquecendo todo meu corpo gélido, frio  

 

Perdoo a brisa por vezes chegar tarde em minhas têmporas

Porque nela eu te sinto vivo!

Anseios ávidos arrebata em meus delírios

 

Brisa que acende em brasa meu fogo aceso

Calor em demasia

É na tua brisa e em teu corpo suado

Que em pensamentos encharcam no meu

Que sugam minhas veias

Que dilacera nossos corpos a distância

Extremamente cansados

Visceral e vivos!

Animal ferido!

 

Brisa que não tarda mais a tua espera

Reflete em meu rosto circunspecto

Um frescor de primavera 

Verão com luz, com chuva, com noite, com sol

Busca o teu cheiro de terra molhada

Banhar-se na brisa da minha calçada

 

Brisa da luz do dia

Brisa em meu rosto toda água que deságua

Brisa os faróis da noite

Brisa toda tarde infinda!

 

Com perfume de luz e cor

Brisa o meu corpo de encontro ao teu

Todo o frescor do vento

Saciando toda a saudade

Marcadas pelo rastro do tempo

Vlad Paganini

 

‘Antes que esse nosso amor nos consagre

Pouco me importa de onde vem a brisa do teu vento

Me basta sentir o teu perfume

Que em forma de ventania

Me traz a tua alma o teu corpo os teus lábios e o teu sexo

Regando em meu corpo a tua chuva as tuas folhas e as tuas coxas

Jorrando em gozo todo o teu rebento’