BRISA
Brisa já se faz tarde
A noite a escancarar meus sonhos
Da noite e do dia
Entardeço e serei o meu ser
Serei sempre assim
A espera da brisa da noite e do amar
Tarde entardecida vestida em teu corpo sabor de terra
Cheirando a café
Perfumando meu mar
Brisa em meu rosto o inverno e o verão
Ah tua presença, quimera
Em meu outono em brisa
Em redemoinhos de ventos trazer a tua primavera
Brisa o teu odor o teu calor
Na bainha dos meus momentos
Sou passado e me revelo presente
Me transformando em cachoeiras
Som das palavras, ritmo de canções
Riachos e aguardentes
Brisa da noite que me alcança
Repleta de ânsias e arrepios
Me encharco todo dia e toda noite na poesia
E entre meus dedos
Pulsa amor e ardor em calafrios
Aquecendo todo meu corpo gélido, frio
Perdoo a brisa por vezes chegar tarde em minhas têmporas
Porque nela eu te sinto vivo!
Anseios ávidos arrebata em meus delírios
Brisa que acende em brasa meu fogo aceso
Calor em demasia
É na tua brisa e em teu corpo suado
Que em pensamentos encharcam no meu
Que sugam minhas veias
Que dilacera nossos corpos a distância
Extremamente cansados
Visceral e vivos!
Animal ferido!
Brisa que não tarda mais a tua espera
Reflete em meu rosto circunspecto
Um frescor de primavera
Verão com luz, com chuva, com noite, com sol
Busca o teu cheiro de terra molhada
Banhar-se na brisa da minha calçada
Brisa da luz do dia
Brisa em meu rosto toda água que deságua
Brisa os faróis da noite
Brisa toda tarde infinda!
Com perfume de luz e cor
Brisa o meu corpo de encontro ao teu
Todo o frescor do vento
Saciando toda a saudade
Marcadas pelo rastro do tempo
Vlad Paganini
‘Antes que esse nosso amor nos consagre
Pouco me importa de onde vem a brisa do teu vento
Me basta sentir o teu perfume
Que em forma de ventania
Me traz a tua alma o teu corpo os teus lábios e o teu sexo
Regando em meu corpo a tua chuva as tuas folhas e as tuas coxas
Jorrando em gozo todo o teu rebento’