Jaqueline Poet

O Fim Da Carne

 

O escuro tomou conta do horizonte
O seu sangue, parou de correr
Não há mais fuga, nem sorte, nem ponte
A morte veio para te surpreender.

As almas ao seu lado, não cessam de gemer
Ecos lancinantes, em torno de você
Elas te apertam e clamam ao céu, para te renascer
Mas já é tarde para você.

A sua boca e seus olhos estão lacrados com super bonder
Você tenta clamar, mas ninguém te escuta, é um silêncio atroz
Você pode até ansiar por voltar ao seu corpo, mas não há esperança
A sua sentença chegou, é o adeus da sua existência.

Está frio, frio, frio
Um frio de gelar a alma
Os algodões nos seus narizes e orelhas, tentando estancar a vida
A sua pele se solta, os seus ossos se quebram
Os vermes já se aproximam. 

O féretro se fecha sem demora
A despedida triste se anuncia
Há gente que te busca em vão agora
O último tijolo te silencia.

Você jaz no escuro, sem memória
A vida se esvaiu na agonia
Ninguém sabe o que te espera na glória
Ou se há somente o nada e a fria.

A última rosa é lançada sobre o seu jazigo
Como um sinal de despedida
A que nunca se apaga
O seu adeus findou-se aqui.

Jaqueline Poet