Passageira precariedade
de minha vida;
onde cresce o vazio
um de cada vez,
mas sempre um de vez.
Sua ida
me levou,
sem alento,
pro fim do mundo
lugar sem nome,
onde só habitam
os que não tem, e onde
só sobrevivem os
passageiros do vento !
Desejo é assim,
coisa bem pessoal.
Sem meias-curtas,
sem imagens baratas,
sem missas, ou dever.
Nasce, brota e renasce;
é lâmina quente,
não é instrumento cortante,
mas é placa de vidro,
quebradiça de dar dó.
Corre numa faixa delgada
e lasca os mais inquebráveis!
A todo segundo tem um desejo
batendo na porta de alguém.
Tem uma estrela caindo
e pedindo que se forme
mais ânsias, e que o desejo
seja mestre da falta
de controle, sem vírgulas e
sem sentinelas, que rompe
nas eternas paixões!