//meuladopoetico.com/

Levy

As Carcaças

Como abutres levantando voo em uma noite seca de outono, 

Plano sob almas quentes a caminho dos seus táteis céus,

Fisgando em minha retina correntes, dois pedaços de couro e um fino papel, 

Vasculho carcaças carentes de putridos poetas assassinados em um bordel,

Dupla de vaqueiros loucos cantando seus sufocos pro público inteiramente ausente.

Copos e maços, cicatrizes da vida calejam até os mais valentes,

O show onipresente de um só espectador, tosse sangue ao cantar com fulgor, 

Não é difícil pensar em quantas vidas e antes bem vindas críticas a entropia levou. 

\"se nada muda no nó da corda, e a vida tanto te incomoda, por que não pulas da longa borda?\"

Indagou o velho abutre a luz da lua, 

\"De carcaças tento me engordar para que minhas ocas asas cessem de voar. Sigo só a ponderar, pois apenas o fio da foice minhas penas irão tocar...\"