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Jonas Teixeira Nery

Se amei, se sonhei...

Se amei ou não amei, que importa?
Agora só me resta o silêncio e essas mazelas.
Sei que percorri muitas estradas sinuosas,
em muitos caminhos tortuosos me perdi.

Se sonhei ou não sonhei, que importa?
Agora só me resta essa tristeza lânguida,
esses lampejos de alegria, essa indizível angústia.
Passaram-se os bafejos das primaveras, espreitando-me.

Resta-me essa frouxa luz, esse langor enlaçando-me, 
essas sombras, esse romper das noites, esses dias tênues.
Sinto todas as lembranças,  as impossibilidades instigando-me.
As luzes que destoam lá, distante, inebriam meus pensamentos.

Não sou mais que cada passo, cada dia, cada inverno melancólico.
Foram-se os sonhos, os alvoroços, os olhares intensos ou turbulentos...
Se amei, se sonhei, foram-se com as armadilhas desse tempo, 
esse tempo implacável,  resignando-me ao esquecimento!