entrega-te àquele amor
que se enrosca ao coração
e que o envolve apertado
feito uma famélica serpente
que chega bem de mansinho
ou chacoalhando o seu guizo
com olhar estonteante e fixo
de cujas presas verta intensa
uma doce e inoculante seiva
que se espalhe feito peçonha
entre duas línguas, dividida
irrigando as paredes do céu
da tua tão desatinada boca
como se líquida fosse a paz
e esse bote, o tal raio caído
que em ti não se repetirá
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 20/11/23 --