as cãs, a crina e as nuvens
o poeta e o seu cavalo branco alado
no âmbito das aves de dois traços
imiscuindo-se em clássicos tons
de algodões sujos da maquiagem
duma face gris pálida divina e vívida
que gozam juntas a liberdade das idas
para as suas tão longínquas viagens
e escrevem as razões para as voltas
porque nem sempre são chamadas
porque quase nunca são admiradas
porque elas são incompreendidas,
invariavelmente – ou quase assim
tal como a sombra difusa que deitam
e que lambe sequiosa dos mares e rios
cada uma de suas excitantes borbulhas
até que ali se fundam, em tal fluidez
o sonhador, a loucura e a imensidão
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 15/11/23 --