Você aí
abatido
viciado
maltrapilho
fedendo a mijo
fedendo a álcool
esquecido na marquise
das Casas Bahia
teu olhar me aborrece
a abordagem também
tua aparência me diz tudo
tu és cada um de nós
moras em todas as ruas
tua casa é o mundo
os confins do mundo
quem perdeu a dignidade
não tem mais o que perder
e tudo que te restou
foi o pão dos excluídos
o resto podre do pão
o pão que o diabo amassou.
Te jogo uma moeda de um real
o espírito natalino me tocou
hipocritamente estou fraternal
no meu grito contido, enrustido
o sorriso talhado na cara de pau
te desejo entredentes FELIZ NATAL.