Letícia Alves

Antes de Dormir Pensei: Um Devaneio Coerente

Um empecilho muito claro e visível afetava 

o meu ser e era triste de ver. Uma história 

que não interessava nada. Enxugando as 

lágrimas tentei sorrir, enquanto a música da 

vida tocava e eu em paralelo desafinava.

 

É cansativo...

É sempre a mesma estrada...

A mesma música. Errada.

Sigo no vento, mas parada.

(Queria estar pousada)

 

Sinto facilmente o mundo meu e o meu 

indigente; o mundo de fora e toda a sua

gente. O tempo anda rápido e as minhas 

mãos parecem ter parado... Há momentos 

em que sinto sono de tudo isso. 

 

Uma voz que acalma um coração vagante,

quase triste e velho de sonho. Meu consolo 

tal como isso que digo, não é tão simples.

 

Deito a cabeça no travesseiro e desisto de 

pensar. Meu consolo se faz simples quando

ponho as palavras no seu lugar: “mente-branca” e “tábua rasa”.

Mesmo que seja tudo imaginário, mesmo que 

seja tempo perdido, foi vento apreendido.

 

No final de um dia cansativo é esse sonho 

brilhante que mantém este coração fluído. 

Algum dia o sonho passa a ser letra e faz-se 

amigo. Por isso, sonhar é viver

e viver é ver.