Um empecilho muito claro e visível afetava
o meu ser e era triste de ver. Uma história
que não interessava nada. Enxugando as
lágrimas tentei sorrir, enquanto a música da
vida tocava e eu em paralelo desafinava.
É cansativo...
É sempre a mesma estrada...
A mesma música. Errada.
Sigo no vento, mas parada.
(Queria estar pousada)
Sinto facilmente o mundo meu e o meu
indigente; o mundo de fora e toda a sua
gente. O tempo anda rápido e as minhas
mãos parecem ter parado... Há momentos
em que sinto sono de tudo isso.
Uma voz que acalma um coração vagante,
quase triste e velho de sonho. Meu consolo
tal como isso que digo, não é tão simples.
Deito a cabeça no travesseiro e desisto de
pensar. Meu consolo se faz simples quando
ponho as palavras no seu lugar: “mente-branca” e “tábua rasa”.
Mesmo que seja tudo imaginário, mesmo que
seja tempo perdido, foi vento apreendido.
No final de um dia cansativo é esse sonho
brilhante que mantém este coração fluído.
Algum dia o sonho passa a ser letra e faz-se
amigo. Por isso, sonhar é viver
e viver é ver.