Na escrita triste de uma criança perdida,
Que vive com medo, que a dor lhe convida.
Medo da polícia, das piadas e amigas,
E o temor de ser gorda, que a machuca e intriga.
A fome a consome, sem poder se alimentar,
Por medo do julgamento, do que vão falar.
A dor no peito, o pesadelo constante,
O medo de ser fria, de se ferir no instante.
Preferindo sentir dor a ferir alguém,
Esquecendo o amor, como se não valesse também.
Mas após tantas lágrimas derramadas,
Percebe que nem tudo é sobre os outros, em suas jornadas.
A esperança surge na escrita desse ser,
Chorando ao assistir romance, deixando o coração renascer.
E a alegria chega como um doce sabor,
Mostrando que o amor também é para ela, com fervor.
Assim, o poema triste encontra sua reviravolta,
Da escuridão à luz, da tristeza à volta.
A criança encontra a felicidade em seu caminhar,
E a escrita se transforma em um canto de alegria a ecoar.