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Jose Kappel

A Pólvora e o Vento

 

 

sou valente
e
forte,
miúdo
e
solene.

sou capaz,
mas indigente.
sou de amores
mas não
sou mais
rapaz.

na rua falam
de longe:

lá vai ele,
o homem
sem parentes,

lá vai o
catalano.

lá vai o
solene  sozinho.

lá vai
o homem
que deixou
passar a vida.

e, de mais
uma coisa
eu sei:

vida vai,
vida vem.

e chega
uma hora
que você
vira
bento,
vento,
lento.

vai virando

dos exaustos,

das esquinas,
dos falsos
e dos
impolutos
faustos!

Nessa agrura,
só sei, 
que a pólvora e a a bala
sempre foram paixão ds débeis,
e longe do amor, nunca foram
parentes.

E de uma eu sei
que avida vai,
que a vida vem.

e chega
uma hora
em que você é amante dos vazios.