O aprendiz

A poesia engarrafada

Alvares de Azevedo dizia

Quando de uma vinha, vinha

Que a poesia escondida morava

Na uva pisada, amassada

Numa garrafa de vinho trancafiada

Até que a pena do poeta

A libertava, a soltava !

E aí o poeta passava a compôr

Inspirado em versos de amor

Que o tempo

Por tanto  tempo escondeu !

E à noite, presumo

Que Alvares, sozinho

Muita vez à luz do luar

Entre um gole de agua e de vinho

Vê a poesia de sua pena brotar

Para então ,com seu talento e destreza

Aperfeiçoar-lhe  o florar !