LÁGRIMA ESCONDIDA
Eu sou a lágrima
que corre escondida
Pra não chorar de dor.
Eu sou a alma perdida
Desencontrada e sem caminhos
Como a pétala seca
que caiu da flor.
Sou o náufrago
Ainda na procela a insistir
Mesmo que as ondas desse mar
Não me mostrem
o caminho aonde ir.
Sou o eco de um silêncio
sem fronteiras
Do qual os gritos
Só o meu peito pode ouvir.
Enfim, sou a lágrima
que corre escondida
No leito de um rosto
Talvez perdida
Quisera ela encontrar o mar
E em suas águas fosse se unir
Para que os silêncios e os gritos
Fossem algo
que se fizesse ouvir
E não apenas fossem ritos
Mas que fossem
Como atos respondendo aquilo que é tão fácil de sentir.