Hébron

Tempo bendito

...

Tenho saudade de um qualquer infinito 
De um impossível menor que seja 
Era tanto tempo de tanto tempo bendito
Da eternidade da luz além da estrela 

 

Tenho o tempo como meu abrigo 
E o presente é meu leito onde me deito 
E no sono do porvir, o virgem arbítrio 
Num sonho inalcancável, rarefeito
Se desperto, nas paredes do passado
Fotografias vivas de um álbum desbotado 
O meu quintal é de flores e instantes
E antes das eras e dos momentos
Antes das águas e dos lamentos 
De todos os sopros e dos suspiros 
Nas letras dos meus versos em delírio
Perdido, fui meu próprio desabrigo

 

Tenho saudade de um qualquer infinito 
De um impossível menor que seja 
Era tanto tempo de tanto tempo bendito
Da eternidade da luz além da estrela

...