Dentro dele mora um anjo
Que tem asinhas douradas,
Mora também uma loba
Com garras bem afiadas,
Esquisitice e loucura
Prudência e lucidez,
Muitos senões... porventura
Muitos porquês... sim...talvez!
Moram a escuridão da noite
E o resplendor da lua,
O vento que, com um açoite
Quebra as árvores da rua
Moram a fé e a descrença,
A discórdia e o perdão,
O ciúme, a indiferença,
O amor... a paz... a emoção!
Pode ser facho de luz,
Que ilumina caminhos
E até peso de cruz,
Estradas cheias de espinhos
Desejo que nos conduz,
A vislumbrar o amanhã
Muitas vezes ele é Ormuzd
Em outras é Arimã.
(Maria do Socorro Domingos)