Jonhmaker

Ilusões

 

Um sopro ingênuo vem da ampulheta,

A areia das dunas cercada pelo vidro, voa,

Refaz-se, prolifera,

Corre pela minha veia, diz que é tempo de colheita...

Que tempo é esse que lhe reitera,

Exposta por todos esses anos de vida?!

Tua semente brota dos meus poros, se adocica,

Quando eu lhe imploro, vem, me purifica,

Mande uma mensagem dentro da garrafa,

Algo que aporte em minha praia,

Sem meias palavras para descrevê-la.

 

Redesenhando em minha memória sua tez,

Encerrada numa teia de sentimentos belos e vagos,

Algo que possa suprir meus passos, minha procura,

Pelos rios aéreos e frios madrigais,

Por milhões de grãos de areia, e porções do mar,

Como almas gêmeas que se acasalam sob a benção do orvalho

buscam o amor nas regiões frias e abissais;

Mergulhando num ritual metafórico, indizível para as sereias,

Neste espetáculo inacabado pelo meu torpor!

Logo, do meu cordão umbilical congelado nascerá uma flor,

Brotando em salas verdes e poltronas com tons florais,

Onde passeiam pelos galhos silvestres animais.

 

Porém, dormes tranquilamente no chão acarpetado,

Melhor elaborado que esse meu abismo,

Preso numa tela aramada , pelas grades que me tem cercado.

Lugar de viver o meu pessimismo,

Enegrecido pela fuligem da vida que nos escapa,

Velado pelo sonho de uma doença que pouco a pouco nos mata.

 

 

O pessimista se queixa do vento. O otimista espera que ele mude.

O realista ajusta as velas.