desrazões habitam o interior do silêncio
uma dimensão oculta na sombra do som
onde o nada desperta, o real cai em ócio,
e o tempo se desmonta em luzes de neon
dissipam-se ruídos como bolhas de sabão
cedendo seus espaços a um mar profundo
em que as ondas se elevam da imaginação
e cada ser oceânico é um sonho do mundo
lá, das estrelas fluem brilhos mais contidos
e só a Lua se mantém - farol afônico que é
para aqueles que só sabem tocar de ouvido
a mente esparge-se nesse universo sorvido
é doce, lisa e tinta a escala sem dó, si ou ré
é surreal o toque da canção desses sentidos
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 24/10/23 --