Jose Kappel

Lembranças dos Vagos

 

 

Já vi de tudo, 
de casco ao tombadilho, 
do céu,à terra, 
tudo espelha seu rosto, 
tudo diz de você, 
do começo ao fim.

Já vi de tudo, 
seu espírito mais brando, 
que é sorvido no cálice de 
cristal, alinhado de flores. 
 
Vitória dos poucos, 
lembrança dos vagos! 
 
Já vi o mar e as 
areias rainhas, 
vi 
o céu, 
e também 
rezei às 
ladainhas! 
 
Vi homens lutando por migalhas de 
pão. 
Vi o mundo girar ao contrário 
como uma gude atrapalhada! 
 
Feliz vitória de 
um homem que um dia 
achou que era só 
e foi descobrir que o eu 
só não existe. 
 
Existe a distância e reta 
- meu bom senhor - 
mais tudo dá sua volta, 
igual a flores relegadas! 
 
Mas neste jogo 
nada têm volta. 
 
E se volta tiver, 
aguada que seja, 
quero ser seu par 
de olhos.

Quero amaciar sua mão branda, 
e resfolegar igual a 
uma rainha, 
envolta e sossegada, 
em mil 
saias de chegadas! 

Dai faço a festa
alada,
abrandada por fados de amor,
e uma eterna carícia
nos torna flor de querer.