Há vários tipos de palavras
as que unem, as que separam
as que amam, as que odeiam
as que instrui, as que enganam,
enfim tem pra todos os gostos.
Em meio a tanta diversidade,
eu prefiro aquelas que são cortantes,
como sugeriu o caro Belchior:
palavras são navalhas!
As navalhas separam o real do ilusório,
estouram o balão das fantasias,
desmaterializa os sentimentos,
não se preocupa em agradar,
e incomodam o nosso sossego.
As navalhas precisam ser as armas dos poetas,
não estou falando em cortar a imaginação,
a criatividade, ou a beleza das composições,
mas sim as correntes ideológicas que nos aprisionam.