Louis

Cores para a imaginação

Foi dado sinal verde para a imaginação
Se é que existe cor para ela 
Se é que existem pessoas que acreditam
Se é que existe “nós” sem ela tão revelada.

Aqui o verde é preto, o azul talvez branco
São as cores que estão mais na moda
Ou pessoas são comuns ou são ordinárias
Ou pra lá da imaginação elas caminham... Pobres loucos que somos!

Dias atrás voltei da selva, era selvagem e era de pedra
Árvores cinzas, animais barulhentos, cadeia alimentar
Animais comiam animais, pessoas comiam animais e pessoas, humanos...
Ah, esses se alimentavam de ambos, com uma pitada de angústia e generosa dose de egoísmo.

Engraçado, eles achavam que eram seres, mas ainda eram só humanos
Assim como aqueles que seguem sobre quatro patas
E eu... Outro humano, também humano, também não ser
Observava curioso, preto e branco de imaginação... Alheio a mim mesmo.

Deitei de costas, rolei na grama como humano criança que esqueci que sou
Disse o nome das mães de vida e de morte uma a uma
Contei até me faltarem os dedos na cabeça pesada de humano adulto
Os números nos fazem mais sentido agora?

Talvez eu não faça mais tanto sentido agora! Agora ontem ou agora amanhã
Pois você se vai, e eu também me vou. Mas e os números e as cores? E línguas, e poemas e nostalgias?
Os números escritos em preto e branco, com tinta de corpo
As etnias que nos nascem com sóis e chuvas, os versos que nos alimentam sem escassez.

Enquanto houver verde imaginação, sempre haverão números mais coloridos e infantis, línguas para descobrir, poemas de igual beleza.

Animais que respeitam a cadeia e se respeitam,  pessoas que se amam fora todas as diferenças, humanos que não são nada além do que deveriam ser...

Seres... Humanos!