Polo

Onda rosa

Contou-me que havia sido ferida, e em um rapaz, que de suas qualidades mais notórias, a atraía por saber como ser comum. Só depois me foi passar como entendido a parte de seu sofrer, depois que a onda amarela de ciúme foi varrida pelo tsunami rosa de sua beleza, por trás daquele vestido de mesma cor. Tão linda, que me faltou palavras.

 

Não existem expressões aprumadas espinhosas para tanto desgosto direcionado, a quem ousou tentar com impulsos de quem não ama, tirar a liberdade daqueles olhos que um dia me fizeram questionar o meu caminho. Talvez ele deveria ser de encontro a aquelas pupilas que dançam conforme o ritmo do mundo. Tão lindas, que me faltou palavras.

 

Do rapaz ela deseja o desapego, do mal amado a distância entre o pólo norte e o polo da estrela que queima no centro do universo. O que será que tais ondas cor de aroma reservam para mim? Que não é dotado da capacidade de nadar. Me atrevi a perguntar, ela ousou a responder, direcionando a mim um sorriso confuso e tímido. Tão lindo, que me faltou palavras.

 

Eu me pergunto qual é a lua que te faz balançar. Na calma nessa linha nada ondulada e azul eu procuro o seu tom. A vontade de afundar não me larga os pulmões, mas não me importo de torná-los inválidos. Já que se te encontrarem, minha boca terá encontrado a sua, e quem sabe assim encontrado também tais palavras que tanto me faltam.