Não haverão palavras ou rimas chulas em tentativas vãs de lhe descrever
Cada palavra existente se reduz a nada, se tentam dizer uma parte de seu ser
Toda arte é puramente uma fração de ti que não coube em si
Todo romancista, se corroí e se maltrata por não conseguir lhe escrever
És covarde, pois, da miríade de características existentes
Escolheste cruelmente aquelas que transformam brasa em chama ardente
Não lhe culpo, afinal, que pistas tinha que me encontraria
Sem poder me ter, sem poder te ter, sem poder nos ter e apenas viver
Pecaminosa é sua pele, parda, bronzeada e viva
Criadora da luz, que de alguma forma emana de forma desafiadora
Em suas curvas perigosas e traiçoeiras, deixando o mais hábil piloto inerte e perdido
Hei de um dia sair vitorioso, pois agora, apenas posso cometer mil vezes o pecado da luxúria
Os orbes, ora negros, ora castanhos, ora vivos, ora curiosos e sacanas
Desafiam a física, curvando o tempo a seu bel-prazer
Enquanto me olhas, os segundos viram o infinito puro
Me perco em historias indecentes, quentes, alegres e carentes
Se seus olhos retiram-se da vista dos meus, me sinto um foguete rodopiando no infindo espaço
Todo o eterno tempo que se passou volta a impressão real dos míseros segundos
Noto que possui um grave defeito, o de me jogar contra a escuridão do mistério
Me fazendo desvendar cada ponto insignificante na esperança de encontrar uma resposta
Sua inconsequência ao me livrar de meus problemas nesse jogo de incógnitas é notável
Talvez tenha noção, de que pode dizer tudo, sem falar nada
Deve saber que me mexe por completo apenas nesse reino de charadas que é seu sorriso
Não farei rodeios ao falar de seus lábios, do seu beijo e o do toque de sua língua
Quando os meus lábios encontram o seu, é energia da mais pura profundeza do desejo
O que me destrói é a forma como inicia e reinicia o meu desejo sem fim por ti
Em simples, complexos e indescritíveis toques de bocas
Ah! Quando o peso do seu corpo cometeu o crime de se colocar sobre o meu
Se transformou na invocação maligna de meus delírios mais profundos
A força viril, repousada em mim, despertara para combater seus movimentos maliciosos
Seu sorriso distorcido pelo prazer, e os seus olhos me corrompendo querendo me ter
Nos lençóis bagunçados e no espaço quente, não pelo calor, mas sim pelo nosso
Fervor me tirou a pouca razão que ainda me deixava são
Essa maldição que colocou em mim
Essa maldita perdição ao pensar em ti
Mesmo quando tento contidamente lhe descrever
Me queima, arde e me deixa estirado em fúria, lascívia de ti