Se ousares trocar de olhar
Verás um cinza que não mitiga
Que cresce em disforia;
dessintonia;
preenche a alma com chaga ardida
Um efêmero eterno paradoxo
Que grita seu nome orgulhoso
\"Qualia!\"
Ora, pois tento a façanha da descrição
Elucidar com palavras a rachadura
Que perpetua em qualquer coração
Esconde-se atrás de faces feito dado
Venera os loucos
Como se não fosse o culpado
Não há gênero; é disforme
Impalpável, inefável
Impassível, implacável
Inaudível, intocável!
Mas jazo ensanguentado
Minha derrota rubra
Escorre pelas mãos
E num murmúrio
Diz-me o que eu já sabia
Que nem com nomes
Feito qualia
Consigo descrever a solidão.