RETALHOS DO SERTÃO
Na minha palhoça
Fincada lá serra
Plantava minha roça
Num taquinho de terra
Plantava mandioca
Milho verde não faltava.
De manhã cedo
O café preto e tapioca
Era tudo que eu queria
Bolo de milho
E antes das seis
O café na trempe já fervia.
De noite a lua
No terreiro clareava feito dia
E o vento frio da cruviana
Embalava a folha da cajarana
Aonde toda noite embaixo dela eu via Ana.
Nesse sertão
Deixei por lá as marcas da minha mão
Deixei a roça
Minha palhoça
O pé de milho
A mandioca
A tapioca
Mas não deixei de ser de lá
Porque por lá eternamente ficou meu coração .