Carlos Lucena

SEM CÓDIGO

SEM CÓDIGO 

Eu sou um pouco de tudo
Sou a indecência
E a ciência
Sou a poesia que machuca
Sou a transgressão do verso
E a inexplicação    de um poema  a beira do abismo.
Eu sou os segredos 
revelados pelo mistério
O mistério  escondido nas almas 
E a lâmina que desafia o corte
Das pulsações 
Ora tão intensas
Nervosas
E tão calmas.
Eu sou a letra apagada 
de uma poesia
Mas sou a letra
Que me faz viver 
um poema todo dia.
Não adianta, 
não vou dizer que sou
Se quiseres beber de mim
Decifre-me
Se pretendes buscar-me
Embrenhe-se  na multidão de tantos eus que sou
Sou o que começa
E  que termina.
Enfim, sou final que não tem fim
O tudo e o nada
Porque sou perguntas
E sou respostas
Mas não  te direi quem sou
Porque sou lâmpada acesa
E ao mesmo tempo o farol que apagou! Decifre-me