lágrimas de dor não secam
não evaporam, nem param
elas se ajuntam num grotão
e ali fluem turbulentamente
arrastando nossa esperança
dissipando qualquer sonho
atropelando toda referência
sobrepujando a nossa força
por um manto de incertezas
sombrio, cansativo e mortal
mas, para a nossa sobrevida
os risos também não cessam
não descoram, nem ofuscam
elevam-se, tão leves e puros
fundando no azul outros sóis
fazendo ver o amor vitorioso
e no alumiar dessa densa luz
o tão agitado e medonho vale
é só poça pisada no caminho
pois a jornada é um presente
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 09/10/23 --