Thiago R

Senhora, eu trago as horas já fanadas...

Senhora, eu trago as horas já fanadas,

E a mágoa que no peito inda viceja,

Por amar-te tanto às madrugadas,

Minh\'alma de saudade lacrimeja. 

 

São teus olhos uns clarões de alvoradas,

Onde uma lua sem termo inda adeja;

E a face, de molduras delicadas,

És como o lírio que o vento beija. 

 

O teu semblante de poente pulcro 

Em vésperas de noite luminosa 

Me fazes esqueceres o sepulcro.

 

As tuas mãos, de seda, me envolvendo,

Lembravam a doçura de uma rosa 

Que beijastes o orvalho florescendo...

 

Thiago Rodrigues