Bruno Schaeffer

Loucura ao suicídio

Loucura ao suicídio

 

Era mais uma noite de inverno,

Era um dia nebuloso.

De uma manhã cinzenta,

Mas aquela palavra,

A maldita palavra,

Amaldiçoava minha cabeça.

 

Uma voz além se pronunciava,

Dizendo: suicídio.

Me martelava e instigava,

Contradizendo a arruaça

De meu eu sem futuro.

 

Os porquês eram eminentes,

Não havia sentido,

Havia desprezo.

 

Não haviam respostas,

Não haviam razões.

Então se indagava o que não queria,

Se ouvia o que já tinham dito.

 

Já diziam as más línguas.

Somos todos enxutos,

Filhos do fruto,

Do cordeiro imperfeito,

Da existência escurralha. 

 

Somos tortos de fé,

Escolhidos por algo ilustre

Que lá, não estava em pé.