Helio Valim

Ao vento solar

 

Navego neste exíguo barco alado.

Iço velas solares, ao vento,

buscando meu destino fadado,

no horizonte que não contemplo.

 

Observo a onda solar, no tempo,

presa na planetária brisa,

banhando o mundo em desalento,

enquanto lentamente desliza.

 

Ainda, em perene translação

singro pelo profundo vazio,

a procura de redenção,

para meu diário desvario.

 

Em cotidiana rotação milenar

reconheço habitual ilusão,

mas, rendo-me, sem intenção,

ao intenso vento solar.