Navego neste exíguo barco alado.
Iço velas solares, ao vento,
buscando meu destino fadado,
no horizonte que não contemplo.
Observo a onda solar, no tempo,
presa na planetária brisa,
banhando o mundo em desalento,
enquanto lentamente desliza.
Ainda, em perene translação
singro pelo profundo vazio,
a procura de redenção,
para meu diário desvario.
Em cotidiana rotação milenar
reconheço habitual ilusão,
mas, rendo-me, sem intenção,
ao intenso vento solar.