Uma manhã que lentamente
começa a construir-se.
Um café quente como as ondas
de raio de sol dos dias
de verão na varanda;
Páginas de um livro
tão velho que tão amigo,
sendo folheadas,
lidas com carinho.
Uma gota de café que nele cai
e forma a desarmonia.
— Ó vida cheia de (des)graça!
O pássaro avoando por todo lado
canta, como quem ri da situação,
e num desencanto que encanta
um tanto desfaz esse reclamo.
Olhos na natureza;
Na graça da harmonia
da sinfonia desarmonizada.
Umas casinhas brancas,
umas árvores verdinhas...
(Penso em quanta história não carregam
essas coisas simples.)
Pessoas passando,
simplesmente vagando.
Vejo rostos diferentes
e vidas diferentes –
almas com os mesmos
dilemas. Risos e problemas.
Todos alunos da mesma
vida que hora ou outra rima.
Um verso à solta;
Uma palavra à volta;
Uma linha ao vento;
Um texto insólito.
Respiro e penso em Deus...
Agradeço pelo ar, o respirar...
E nesses instantes a manhã se faz,
emoldurando o seu belo quadro
nas veias do tempo da minha mente
de belas memórias carente.