Helio Valim

Apenas miragem

 

O barco, ao largo, distante,

furtivamente, perdia-se no horizonte,

que naquele instante

encontrava-se sereno como monge.

 

No cais do real,

solitária, a meiga menina

procurava caminho ou sina,

percorrendo a praia do seu destino.

 

O barco, agora apenas miragem,

que a jovem morena

admirava com o resto da paisagem.

 

Esquecendo que em seu convés,

para o alto-mar, arrastou consigo,

o antigo amor, agora esquecido…