Às vezes eu me perco de mim.
Confesso: não é tão ruim assim.
Logo me acho. Basta olhar o espelho.
Assusto_me quando rugas vejo!
Será que erraram o endereço?
Essas rugas que vejo,não as mereço!
Posso até delas fazer troça.
Mas as aceito. São contas de um colar de riso.
Produto de momentos felizes vividos.
De alegrias mas,também,de tristezas
Frustrações e repressões sofridas,
as vezes em que fui reprimida.
Elas são tudo que calei,consenti.
Para onde vai tudo que se pensa
e não se diz,por pura covardia?
Toda essa repressão nos marca,
forma rugas no rosto e na alma.
Poucos vêem a criança e o adolescente
Que ainda carrego em meu corpo maduro.
E com eles a sexalescencia inauguro,
Fazendo sexo sempre de modo seguro!
Maria Dorta. 1_10_2023