Sombras de luto, pelos lutulentos
Caminhos, choram mágoas já choradas.
Alphonsus de Guimaraens
A sombra que minh\'alma contemplava,
Na aurora de suave nostalgia,
Se fora como a noite que velava,
Outra vez vieste para mim o dia.
Eu vi palores do astro que brilhava,
Das alfombras o aroma que surgia,
E na voz da solitude escutava,
Pelos ares a atroz melancolia.
Veio a lembrança, de branco, me olhando,
Serena, como a lua nos mosteiros
Que os ermos claustros segues clareando...
Sombras de auroras e de madrugadas,
Que velais os suspiros derradeiros,
Das almas que se vão pelas estradas...
Thiago Rodrigues