Desde a infância
Eu me sentia diferente
Parecia tão distante das outras pessoas.
Não viam como eu via
Não sentiam como eu sentia
E eu sufocava em agonia
Sim, desde muito cedo.
Não encontrava uma alma amiga
Nem na Terra e nem na fantasia
Mas foi num triste dia,
Que ao olhar uma estante esquecida
Mudou de vez, toda a minha vida.
Tinha uns livros
Duns poetas mortos
E entre eles, o que me salvaria.
ALVARES DE AZEVEDO,
Consumido em grandes goles
Seus escritos tão sublimes.
Achei-me ali
Parecia que me conhecia
E que éramos melhores amigos.
Nunca ninguém havia adentrado
Dentro de minha alma
Com tamanha compreensão.
Beijei todas as linhas
As lágrimas correndo
E eu a Deus agradecendo
O amigo dos céus enviado
Por conhecer essa alma
Mesmo depois de morto
Eu Lhe bendigo Deus,
Muito obrigada.