Thais Almeida

Álvares de Azevedo

Desde a infância 

Eu me sentia diferente

Parecia tão distante das outras pessoas.

Não viam como eu via

Não sentiam como eu sentia

E eu sufocava em agonia

Sim, desde muito cedo.

Não encontrava uma alma amiga

Nem na Terra e nem na fantasia

Mas foi num triste dia,

Que ao olhar uma estante esquecida

Mudou de vez, toda a minha vida.

Tinha uns livros

Duns poetas mortos

E entre eles, o que me salvaria.

ALVARES DE AZEVEDO,

Consumido em grandes goles

Seus escritos tão sublimes.

Achei-me ali

Parecia que me conhecia

E que éramos melhores amigos.

Nunca ninguém havia adentrado

Dentro de minha alma

Com tamanha compreensão.

Beijei todas as linhas 

As lágrimas correndo

E eu a Deus agradecendo 

O amigo dos céus enviado

Por conhecer essa alma

Mesmo depois de morto

Eu Lhe bendigo Deus, 

Muito obrigada.