Carlos Lucena

VERSOS NOTURNOS

VERSOS NOTURNOS

Sou um poeta 
De versos noturnos
Que vaga por entre lençóis.
Sou um poeta
Que migra da
Noite vazia
Para a poesia
Em passos lentos
Nos corredores.
Praças domésticas
E penumbras de luzes cibernéticas
Me levam a rumores românticos.
Tento um verso
E mais outro
Caio numa estrofe e o ritmo
Me sai  desconexo.
Mas eu sou poeta
Que enfim sonha
Mesmo que me custe uma noite medonha 
E me venha uma poesia enfadonha.
Eu sou poeta 
Que cata risos
E às vezes chora.
Volto ao corredor
Agora com passos apressados 
Porque vejo que  já é hora
De compor os versos que estavam guardados!