No canteiro do céu vagam sozinhas,
Em mortalhas de névoas alvacentas,
E os flancos verdes beijam-lhes das vinhas,
Quando pendem as noites sonolentas...
Tão belas, como mãos pequenininhas,
Que acalentam nas horas nevoentas,
São de almas que vos olham e são minhas,
As estrelas no ocaso vindo lentas...
O luar que vos ama não brilhaste,
E o céu nos meus olhos escureceste
Numa dolência de rosa sem a haste.
Meus passos seguem nas ruas antigas,
Minh\'alma novamente anoiteceste
Ouvindo do silêncio as cantigas...
Thiago Rodrigues