Ediel, fada dengosa, não se esconda
entre os arbustos!
Sei que estás ai
Não use de mimetismo
Este sortilégio está me deixando confuso
Ediel, Ediel…Ediel
Porquê não responde
aos meus pensamentos
Estou perdido
estou magoado
Não me alegro mais com o brilho
Dos pirilampos
E nem com o cantar dos grilos
Ficou um vazio, Ediel
Uma vontade tamanha de chorar
Depois daquele adeus
Perdi os passos
Vivo triste, errante,
Esperando o tempo me restituir a calma
Vã ilusão a minha
Ediel, fada dengosa
Aprendeu outras doutrinas
Ediel, ficarei aqui
Até a ferida fechar
Até o dia abraçar a noite
Todos os encantos e sonhos se foram
Num passe de mágica
Ediel fala outra língua
Dessas que não domino
Ficaram as lembranças
Os sorrisos, ficaram os mosaicos
De letras que fizemos juntos
Ediel, Ediel…Ediel
Saia desta gruta
Por favor…
Ediel, Ediel…Ediel
Quando não mais ouvir minha voz
Então, terás me esquecido
Também terei esquecido,
Tudo ficará no passado,
Nos recônditos das memórias
Como meros sonhos,
Desses que temos
dificuldade de lembrar.