Venho do lago,
lá do norte ou do sul,
que cruza a ponte
que divide o céu da terra,
lá, onde nasce o sol
e acalenta a fria lua.
Sou do norte,
cavaleiro azul,
postejado de armas,
de coração amado,
de corpo sufocado,
pela falta dela.
Sou pronto
para a guerra,
às lutas impávidas,
lençoadas de morte,
mas não estou armado,
para enfrentar
a solidão dela,
o rumorejo de seu perfume,
a fala mansa e cortejada
de minha rainha
que desapareceu
por entre as paredes
dos sós.
Entre o norte ou o sul,
pois havia uma ponte
a nos separar, e lá chamam,
sôfregos, assim, de sopetão:
o laço de corda vergada,
que separa minha vida da sua,
é prima da casa da adeus,
pois neste amor proibido,
jamais vão nos deixar
alentar nossa paixão!