Tudo o que desejamos que se fortaleça exige-nos certo grau de dedicação e um bom investimento de tempo, sejam sentimentos, ações ou relações. Nenhum deles engana-se com vãs palavras…
Mas nem toda palavra é vã. Na verdade, eu desejo defender as palavras antes de demovê-las da sua fortuidade ante a falta de ação. As palavras são doces ou amargas, azedas ou salgadas, ásperas ou lisas, perfumadas ou insuportáveis. Isso depende de como as utilizamos e como nossa ação consegue sucedê-las.
Falar Eu te amo sem expressar na candura do olhar, na delicadeza da mão ou no enlace de um abraço pode ser vão. Falar Eu te amo sem a perspectiva de um cuidado terno e perene pode ser vão. Falar Eu te amo sem dedicar tempo verdadeiro ao objeto desse amor pode ser vão.
E as palavras assim são uma armadilha na qual todos nós caímos dia após dia, tentando encontrar brechas que satisfaçam o nosso bom desempenho oratório.
Amar e mudar as coisas devem mesmo caminhar juntas. As palavras devem ser nosso meio de agir e não nossa desculpa para o não agir. Tentamos esconder e camuflar e burlar de um tudo por meio das palavras, enquanto nossos pés caminham trôpegos pela estrada, sem saber o rumo e sem saber o que clama por nossas mãos, por nossos braços, por nossos laços, por nosso fazer!
Onde eu posso ajudar de fato? Onde as palavras que eu declaro aos quatro ventos podem criar forma e criar morada e criar verdade e criar imagem? Onde as palavras que eu proclamo não serão vãs?
Quem procura, acha! Que tal começarmos a busca?