Jose Kappel

Roça o Rosto

 

Roço o rosto,
levito o suave,
medro o palmo
e faço o terno.

Pulo de dois,
na cerca da vida,
empurro bois,
cavalgo alados
tudo à procura
dos pacatos.

Roço o rosto
faino a dor
repasso o torto
 e a voz dela fica
em pé, firme, e com
azul de cor.

Roço o rosto
tento a paz e o silêncio
neste campo de sol
nesta vesga aparente.

Ando à passso,
corro por ruas
e enviezo por avenidas,
quase nuas.

As gentes se foram
pra algum lugar
perto de algum
fim de mundo.

Não fui, por receio
e medo,
fico permeio 
entre a água e a luz.

Por isso, e agora,
o encarregado sou eu,
sou eu que faço e refaço,
sem pensar em dor ao léu.

Se sou seu, faço por mim.

mas não posso esquecer,
jamais,
que um dia fui seu...
na corda bamba,
mas fui.


Seu tenente, puxa a boina
lá vou eu passar,
sem tiros de fuzil,
mas vou passar,
por toda essa vida
sem ser, ao menos,
funil de água doce !