PARALELOS RELATIVOS
Nada que sou é
Nada que é sou
Sou o velho
Que passa a porta do tempo
E a fé que não vai ao templo.
Sou a criança que brinca com as estrelas
E a esperança de um dia tê-las.
A esperança
Que não espera
O choro que rir
E o riso que dilacera.
Sou o vento sem ar
E o barco que navega sem mar
Sou o amor que transborda
Coração que não entende
Alma surda no silêncio que se estende
Correndo nas veias que não pretende
Chega sem saber onde chegar
E repousa sem ter onde ficar
Porque sou nuvem de um instante
E brisa fresca no calor vento
Sou paralelos na incerteza
De um desejo delirante
Como é incerto o delírio de um momento.