feri sem querer,
feri o vôo
da garça,
o tempo do
nada,
o aproveitos
de flores.
feri sem querer
e feri tudo.
batia sol,
em nuvem,
dançava
a lua.
me perdi
por dizeres
da carne.
e fui prá outra
parte;
a que dói mais,
de mais famigerada
cor:
a plena ausência
tudo por outra,
avalanche de
potros,
descambos
de lanche
em pleno escombro.
hoje, ela veio
tudo a saber.
fui cruxificado
no aço da vida
e perdi
a quem mais
alado amor
queria.
hoje,sozinho,
sei que nada
sobrou
nem dos campos,
dos poucos sonhos.
o pouco de
mim feriu
a outra
e ainda
paguei
alguns vinténs.
azar falido!
azar de
demóclides!