Jose Kappel

Proveito de Flores

 

feri sem querer,

feri o vôo

da garça,

o tempo do

nada,

o aproveitos

de flores.

 

feri sem querer

e feri tudo.

 

batia sol,

em nuvem,

dançava

a lua.

 

me perdi

por dizeres

da carne.

 

e fui prá outra

parte;

a que dói mais,

de mais famigerada

cor:

a plena ausência

 

tudo por outra,

avalanche de

potros,

descambos

de lanche

em pleno escombro.

 

hoje, ela veio

tudo a saber.

 

fui cruxificado

no aço da vida

e perdi

a quem mais

alado amor

queria.

 

hoje,sozinho,

sei que nada

sobrou

nem dos campos,

dos poucos sonhos.

 

o pouco de

mim feriu

a outra

e ainda

paguei

alguns vinténs.

 

azar falido!

azar de

demóclides!