Marçal de Oliveira Huoya

Abissal

Pioneiro,
Sendo o primeiro,
A rasgar o tabu,
Abrindo o mundo inteiro,
O que nunca fora explorado,
Para o óbvio céu azul,
Convencida pela insistência,
Vai sofrer a experiência,
Com fadada curiosidade,
Fria e tensa,
Judiação e perversidade,
Enterrando a última castidade,
O que é o melhor?
Ou o que é pior?
Qual a dor eleita?
Aquela intensa e fugaz,
Ou a intermitente e maleita?
Serão sensações iguais?
Que se rompa de vez,
A resistência de uma vida,
Ou a aproximação amortecida,
Com resoluta polidez?
Devorada a prenda,
O assaltante acomodado,
Soluça em espasmos ritmados,
Alagando, inundando a fenda,
Num choro emocionado,
Lágrimas pelo fim de uma lenda,
O guerreiro agora descansado,
Recolhe-se tímido e lasso,
Lhe derruba num abraço,
E agora repousam de lado,
O bandeirante sentindo-se orgulhoso,
Arrisca palmadinhas e mordiscadas,
Recompensa por sua empreitada,
Alegria relaxada depois do gozo,
E ela, meio que envergonhada,
Sorri para seu amor guloso,
Agora já suspira aliviada,
E mente entusiasmada,
Que tudo foi maravilhoso...