Um zumbido impertinente me persegue...
Ouço sinfonias fúnebres.
Às vezes são cantos gregorianos,
Outras são um tipo de marcha fúnebre jamais cantada, ou escrita.
Sei que são fúnebres
pelo espírito de luto
que me trazem.
Às vezes são ilusões de fados vadios, declarados no choro de um perda...
Procuro, indago do local da origem
e divago por vielas soturnas
e mal iluminadas onde o silêncio
é só a limitação auditiva ao meu mal.
Mas ainda o fundo musical funéreo
é parte do zumbido.
Indefectivel... não tem cura...
É um estigma a mim predestinado...
Não há disfunção retrococlear...
Nenhuma causa orgânica detectada.
Esse \"Espinho na carne\"...
Ouço tudo longínquo...
Deve ser da igreja, ali, tão perto!!
Mas o perto só existe no iludido pensar.
E mais tristonho me torno...
Afinal, cheguei a decifrar o enigma dessa cruz!!
Meus neurotransmissores gemem nessa tristeza.
Porque de ti me sinto tão distante!!
E mais de ti me sinto, assim, tão triste,
Junto dos meus funéreos zumbidos...